Joana d’Arc, uma guerreira feminina e não feminista
- nucleodomantonio
- 5 de ago. de 2022
- 4 min de leitura
Por Larissa Pessanha.

Já não é novidade que a ideologia feminista se utiliza de algumas figuras católicas para promoção do chamado empoderamento feminino.
Infelizmente muitas feministas ousam usar a figura de Joana d’Arc como um símbolo de representação da luta "pela mulher" e de igualdade de gênero.
É curioso uma figura tão importante para a história do Catolicismo ser admirada entre tal ideologia, já que o ódio ao valores cristãos católicos é pujante e é uma das marcas do movimento.
Joana d'Arc lutava por Deus, pela Igreja e pela França. Era uma jovem humilde e só aceitou as posições de liderança militar na guerra por desígnio divino. Em nenhum momento, ela lutou para subverter os papéis do homem e da mulher. Pelo contrário, Joana fazia uso das suas qualidades, era doce com os seus comandados, resgatando a humanidade num contexto bárbaro.
Foi revolucionária, porém quem associa a Santa a estes fins ignora sua fé e feminilidade.
Neste artigo, iremos entender as verdadeiras motivações que levaram a Santa ingressar na Guerra dos Cem Anos e se tornar uma das figuras mais proeminentes do conflito.
Sua História
No meio da Guerra dos Cem Anos, em meados 1412, nasce Joana d´Arc, na região de Lorena, no nordeste da França, em uma aldeia chamada Domrémy, filha de Jaques d’Arc e Isabelle Romeé, era de família muito humilde e religiosa. Joana era devota, piedosa e analfabeta, não sabia ler nem escrever e assinava seu nome com um sinal de "cruz", passou sua infância e adolescência no campo e ajudava seus pais em casa e na lavoura.
Aos 13 anos, foi guiada por São Miguel, Santa Catarina de Alexandria e Santa Margarida de Antioquia em uma missão para ajudar o delfim Carlos VII e expulsar os ingleses da França.
Em 1429, aos 17 anos, cortou seu cabelo e com vestes masculinas, foi levada a presença de Carlos, Carlos para testa-lá colocou outro nobre sentado no trono e misturou-se aos demais membros da corte. O "teste" não impediu que a jovem santa o reconhecesse de pronto. Assim que entrou na sala, ela dirigiu-se diretamente ao delfim, curvou-se e disse: "Senhor, vim conduzir os seus exércitos à vitória". Joana dizia a Carlos ter sido enviada por Deus para ajudá-lo a libertar o país dos invasores ingleses.
Em Poitiers, bispos e teólogos interrogaram Joana acerca de suas intenções e das vozes que ouvia suspeitando de que ela fosse uma bruxa. Depois de um cuidadoso exame, declararam que nada encontraram de herético nela. Depois disso, religiosas averiguaram e atestaram a sua virgindade.
Então, Carlos VII entregou a ela um comando de um exército de 4 mil homens, a fim de libertar a cidade de Orleans. Antes de cada batalha, fazia com que seus comandados se confessassem e fossem à missa.
Fontes afirmam de Joana d’Arc nunca participava diretamente das batalhas, apenas encorajando-as, mas sua mera presença se mostrou efetiva para melhorar a moral e reverter a maré de vitórias inglesas.
Depois da batalha de Orleans, ela marchou para Jargeau, vencendo mais uma vez, então marchou novamente para Meung-sur-Loire, novamente vencendo os ingleses, e por fim batalhou em Beaugency, onde novamente saiu vitoriosa.
Então, os ingleses começaram realmente a acreditar que ela era uma enviada de Deus.
Cerca de um mês após ter iniciado a sua campanha militar bem-sucedida, Joana d’Arc tornou possível a coroação do rei Carlos VII na cidade de Reims.
O alvo seguinte era a capital de Paris. ainda tomada pelas tropas inglesas. A cidade era fundamental para garantir a Carlos o controle efetivo do reino. Mas o rei era covarde. Quando Joana foi ferida por uma flecha durante a tentativa de entrar na cidade, ele amarelou e estabeleceu uma trégua.
No ano seguinte, em 1430, Joana retomou a campanha militar sem a autorização do rei, buscando libertar a cidade de Compiègne. Ali, foi capturada pelos borguinhões. O Duque de Luxemburgo a vendeu por um alto valor aos ingleses, que a transferiram para Rouen.
Os ingleses não queriam simplesmente matá-la; era preciso desmoralizá-la, e, assim, atingir também a autoridade do rei Carlos. Queriam mostrar ao povo que ela não passava de uma bruxa.
O bispo Pierre Cauchon, colaborou com a fabricação de falsas acusações, ele foi o responsável por chefiar o julgamento de Joana. Por razões escusas e motivações políticas, seu interesse era o cargo de arcebispo da capital. Todos os 60 docentes da Universidade de Paris que participaram do tribunal eram manipulados e comprados pelos ingleses. Após cinco meses, humilhações constantes e a prisão, ela foi condenada por ser uma feiticeira, blasfema e herética.

Queimada viva, pediu para erguer um crucifixo bem alto para ela ver e gritar as garantias da salvação tão alto que ela deveria ouvi-lo acima do rugido das chamas, em 30 de maio de 1431, diante da comoção popular na praça do Mercado Vermelho, em Rouen.
Sabiamente, a Igreja anulou o julgamento inglês, a beatificou em 18 de abril de 1909 por São Pio X, e a canonizou em 16 de maio de 1920 por Bento XV. Ela foi declarada padroeira da França em 1922.
Convido a você que chegou até aqui, depois deste longo artigo, a rezar a Oração de Santa Joana d’Arc:
"Ó Santa Joana d’Arc, vós, que, cumprindo a vontade de Deus, manifestada por vozes de anjos. De espada em punho, vós lançastes à luta, por Deus e pela Pátria. Ajudai-me a perceber, no meu íntimo, as inspirações de Deus. Com o auxílio da vossa espada, fazei recuar os meus inimigos que atentam contra a minha fé e a minha Pátria. Santa Joana d’Arc, ajudai-me a vencer as dificuldades no lar, no emprego, no estudo e na vida diária. Que nem opressões, nem ameaças, nem processos nem mesmo a fogueira, me obriguem a recuar, quando estou com a razão e a verdade."
Joana d’Arc, rogai por nós!
Belo texto, viva Santa Joana D'arc!